PJ - MAIS : Meu caminho
Quando fui para a Fazenda São Pedro na primeira semana achei
o lugar parecido com a escola, com regras como a escola, com salas e carteiras
como a escola. Me senti feliz por estar junto com os colegas, mas cansado por
ir direto da escola para outra atividade.
O 1º semestre foi bem legal, por que aprendemos de tudo um
pouco, sobre a culinária de Paraibuna e como projeto para experimentar
escolhemos o milho porque é relacionado com uma festa que já existe na cidade,
a Pamonhada, então fizemos várias criações como brigadeiro de milho, biscoito,
sequilhos tudo de milho,etc.
Em PROMAFS foi um semestre bem cansativo, por que precisamos
dar uma “geral” em todo espaço do núcleo na fazenda, nas plantas, na área
projetada para ser a horta, começamos a deixar o núcleo com a nossa cara.
Consumo Lixo e Arte foi uma das melhores oficinas no 1º
semestre reutilizamos materiais da natureza que são descartados, e de forma
sustentável aprendendo a função de cada elemento, sementes, troncos, cascas,
etc, descobrimos como fazer instrumentos musicais e enfeites.
Mas foi a oficina de Turismo Sustentável que despertou meu
maior interesse. Conheci e passei a gostar do lugar onde vivo, aprendi sobre a
parte histórica e a Cultura de Paraibuna. E comecei a me preparar para fazer
monitorias.
No segundo semestre comecei a praticar monitoria como
voluntário na Fundação Cultural, e foi aí que me encontrei de verdade, descobri
em mim o potencial de falar em público, de guardar datas e informações
específicas, e então peguei gosto pelo Turismo que pode ser realizado em minha
cidade.
Fiquei cada vez mais feliz com o que o Programa de Jovens me
proporcionou e fui me aprofundando na oficina de Turismo Sustentável muito bem
coordenada pela Turismóloga Elaine Nogueira.
Descobri ao longo do tempo que o PJ-MAIS não era nem um
pouco parecido com a escola. A escola me deu toda base estrutural de
conhecimento, mas o PJ me proporcionou uma nova forma de relação com o espaço,
com o mundo, com práticas, sendo co-responsável por ele, o que me motivou a
cuidar de onde estávamos praticando as oficinas e a conviver ao máximo a
relação com os Coordenadores pois sempre existiu uma amizade e cumplicidade
fazendo com que tivéssemos uma liberdade conscientemente responsável.
A oficina de Educação Científica foi uma das mais
importantes para todos os PJs, tanto que continuei após formado para conseguir
concluir meu projeto. Com a Coordenação da Bióloga Milena Antunes desenvolvemos
projetos de nossa escolha, mas a partir de problemas que nós diagnosticamos na
cidade onde vivemos, foi bem complicado e cansativo, acabamos indo dormir as
1h, 2h às vezes até as 5h da madrugada no mês que antecedeu as inscrições da
FEBRACE, e mesmo assim acordávamos às 6h da manhã para ir à escola, ficamos
pouco mais de três semanas nessa rotina, incluindo sábados e domingos, o
desgaste físico e psicológico foi grande mas todo esse esforço valeu a pena e
eu e outros jovens conseguimos concluir nossas monografias.
Agora tenho muitos planos para o futuro: trabalho, estudo,
fazer uma faculdade de Turismo, mas o principal de tudo isso é que aprendi como
ser um profissional e um ser humano responsável, que conclui o que começou com
valores pessoais muito mais reforçados.
Texto: Luis Fernando Martins
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